segunda-feira, abril 03, 2006

Imagens em Palavras - 01/abr


Diário de bordo - 01/04:

Dessa vez eu esta liderando toda a trupe. Depois que pegamos aquelas pedras (eram as safiras mesmo?) e claro, com a ajuda daquele rapaz com aquelas garras (vocês sabem, aquele), conseguimos entrar onde queríamos. Nós tínhamos a estratégia pronta, mas claro precisamos de alguma improvisação. Era uma construção grande que ocupava quase toda a ilha. Uma criança (pequeno príncipe?) me perguntou se na civilização era tudo caótico desse jeito. Eu respondi que:
- Não... Na civilização era apenas... Exótico.

There’s no one here.
And people everywhere. You’re all alone
(Queens of Stone Age - Better Living Through Chemistry)

*-*-*
Diário de bordo - 02/04:

É tão estranho como as coisas acontecem. Eu precisava procurar uma casa nova pra morar e fui atrás de alguma que ficasse em conta e que fosse proporcionar boa convivência com os moradores. Após bater em algumas casas e conversar com as pessoas, resolvemos adentrar aquele matagal que tinha volta, na vã tentativa de achar alguma outra casa. Os caminhos ficavam cada vez mais dificeis. Eu me divertia desenhando parte do meu corpo na parede, e a outra parte eu me encaixava no desenho.
De repente aquela coisa azul começou a brilhar, anunciando alguma coisa que não estava certa. Eu me sentia tão leve naquela hora e nem dei muita bola pra isso. Nem sabia mais quem estava do meu lado e o que eu estava fazendo ali. Eu estava livre. E não só eu. É como se tivesse liberado uma fera, um "king-kong" escondido em algum lugar.
Os dias passaram rápido nessa época. Eu estava tão leve, mas com um leve ar de culpa e tristeza... e alívio. Acho que era porque as pessoas não gostavam da fera. Ela caminhava por aí assustando a todos, movendo pessoas pra lá e pra cá com todas essas neuroses que as pessoas têm.
Na minha nova casa provisória, observava em silêncio o comportamento diferente das pessoas. Não com muito espanto. Achei melhor sair um pouco pra pensar. Mesmo que não venha pensamentos, queria pensar em silêncio, não pensar em nada.


Já vou...será? Eu quero ver, o mundo eu sei não é esse lá.
Por onde andar? Eu começo por onde a estrada vai e não culpo a cidade, o pai. Vou lá andar.
E o que eu vou ver? Eu sei lá...
(Los Hermanos - Primeiro Andar)